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Regras para a direção do espírito

Zé Renato é professor de Filosofia da UniJales

O velho Descartes emprestou-me o título. Todavia, não discorrerei acerca de sua Filosofia, muito menos de Montesquieu. Meu propósito é, novamente, falar de cinema

No último dia 17, uma segunda-feira, ao voltarmos da maravilhosa apresentação do Tito e a orquestra de violeiros – merece um comentário à parte -, eu e a Jacqueline, nos deitamos e fomos buscar um filme para assistir. “Ladybird” já havia iniciado. Espero uma próxima. Casualmente, começamos a acompanhar “Regras da Vida”, de Lasse Haslltrom.

Centrado numa arrebatadora paisagem do Maine, narra a história de um velho médico – atuação perfeita de Michel Caine – responsável por um orfanato. Seu maior pupilo – papel de Tobey Maguire -, estudante de medicina, resolve deixar o local, em busca de aventuras. Frustra o médico, que contava com ele, para substitui-lo

Há um confronto entre ambos: o doutor possui posições firmes quanto ao aborto. Por sentir, cotidianamente o problema do abandono. O aluno é contra.

Discussões e reflexões filosóficas e éticas, acerca da existência. Sem histeria, moralismo ou fundamentalismo.

O jovem encontra trabalho numa fazenda: colherá maçãs e pescará lagostas.

Apaixona-se por bela jovem – a diva Charlize Theron -, namorada do jovem filho dos proprietários das terras. O jovem serve na segunda guerra. O clima “esquenta” entre o casal. Trepam! Apaixonam-se!

Em meio a isso, convivem com outros trabalhadores, negros, que vendem a força de trabalho para os brancos latifundiários.

Os negros também são da “família”: comem numa mesa ao relento e dormem no celeiro.

Uma jovem negra engravida. O pai do rebento é seu próprio pai!

Incesto.

O que fazer?

O jovem que recusara a medicina, é obrigado a abraçá-la. Para operar um aborto.

Toda a trama – extremamente pesada – transcorre em paisagens lindíssimas.

Fotografia e música do filme, perfeitas, impecáveis. Abrandam a pesada, triste e real trama. Sem apelos hiperbólicos ao emocionalismo, a direção conduz a película de maneira segura, sem planos e enquadramentos exagerados, sempre à busca da leveza. Tem êxito.

A fim de não estragar o fim, paro por aqui.

Em tempo: o filme trata de maneira bonita, sensível e inteligente, dramas cotidianos, sem apelos a “lições de vida” e muito menos às pretensas regras, inócuas, mentirosas e hipócritas.

A vida é feita de escolhas e não de regras

Zé Renato é professor de Filosofia da UniJales
[email protected]

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