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#EleNão mobilizou Fernandópolis

Mais de trezentas pessoas se reuniram na Praça da Matriz, em Fernandópolis, no dia 29 de setembro, para um ato contra o candidato Jair Messias Bolsonaro (PSL), que agora disputará o cargo de presidente no segundo turno contra Fernando Haddad (PT).

Através das redes sociais, onde foi criado e se fortaleceu o movimento #EleNão (um contraponto direto a Bolsonaro), jovens fernandopolenses divulgaram a mobilização que aconteceu nos mesmos dia e horário de diversos protestos Brasil e mundo afora contra a conduta e o posicionamento moral do capitão da reserva do Exército Brasileiro. Ao mesmo tempo em que obteve mais de 46% dos votos no primeiro turno, algo próximo a 50 milhões de votos, Bolsonaro carrega consigo o maior índice de rejeição entre o eleitorado, principalmente as mulheres, elas, as principais organizadoras das mobilizações impulsionadas pelo “#EleNão”. Uma página no Facebook, denominada “Fernandópolis contra ele”, foi criada para convidar amigos e dar orientações sobre a mobilização.

O grupo de manifestantes foi tomando corpo por volta das 15h daquele sábado, com a chegada de um carro de som. Aos gritos de “Ele nunca, ele não” e embalados por uma versão da música Bad Romance, a qual caracterizava Bolsonaro como “racista, fascista, machista e homofóbico”, alguns manifestantes discursaram no ponto de encontro do grupo.

Uma professora, vítima de violência na Ditadura Militar nos anos de chumbo, em Brasília, durante uma manifestação na UnB à época, deu seu depoimento, finalizado com a frase: “Ditadura nunca mais”.

Outros professores e demais participantes também registraram seus posicionamentos políticos, entre eles o professor de Filosofia da UniJales, Zé Renato.

Não podemos deixar que um dos piores períodos de nossa história se repita. Vivenciei a Ditadura Militar e vi pessoas sendo assassinadas, pessoas sumindo e sendo caladas na bala e na tortura por serem contra aquele governo que desprezava a democracia e agia única e exclusivamente através da truculência, do autoritarismo, da barbárie

 

André Luiz, músico e professor de História na FEF, ressaltou a importância do voto.

 

Na maior parte de todo o período da nossa República, não tivemos o direito ao voto, o povo brasileiro não pôde escolher quem governava nosso país, mas agora nós podemos votar, nós escolheremos nosso presidente, e Ele Não

 

O consenso geral dos discursos apontou ser um “retrocesso político” uma possível eleição do candidato do PSL.

Assim que a concentração alcançou cerca de trezentas pessoas, uma passeata teve início, saindo da Praça da Matriz, percorrendo a Rua São Paulo, Avenida Paulo Saravalli, Rua Brasil, Avenida Expedicionários Brasileiros e retornando ao ponto de partida novamente pela Rua São Paulo.

Viaturas da Polícia Militar acompanharam toda a manifestação, principalmente durante a passeata, quando bloquearam o trânsito na Avenida Expedicionários, na altura da rotatória com a Rua Brasil, garantindo a segurança dos manifestantes, que agradeceram a PM com palmas e gritos de “obrigado”.

Nenhuma ocorrência foi registrada e tudo correu normalmente, tendo os fernandopolenses contrários a Bolsonaro a oportunidade de se expressarem por uma política livre de preconceitos e extremismos, preceitos básicos do capitão reformado.

Várias faixas foram exibidas durante o #EleNão em Fernandópolis, contendo mensagens como “Se fere minha existência, serei resistência”, “Ele não vai me oprimir, ele não vai me calar”, essas especialmente empunhadas por mulheres, além de “Não apoio quem idolatra torturador”, “Ordem e Progresso, Jair Bolsonaro é retrocesso”, “De um povo heróico, o brado retumbante: Ele Nunca”, entre outras.

Os gritos dos manifestantes foram encerrados com uma mensagem especial delas, as mulheres:

Ô Bolsonaro, pode esperar, a mulherada vai te derrubar

Vale lembrar que uma carreata pró-Bolsonaro foi realizada na cidade uma semana antes, contando com a presença do ex-ator – de novelas ‘Globais’ a produções pornôs -, Alexandre Frota (PSL), eleito deputado federal por São Paulo com mais de 100 mil votos e um dos principais porta-vozes do partido pelo país no período de internação hospitalar do presidenciável, esfaqueado em Minas Gerais durante sua campanha política, semanas antes da votação em primeiro turno.

 

Professor de Filosofia Zé Renato discursa durante mobilização #EleNão

 

 

 

Print da página do Facebook “Fernandópolis contra ele” criada para divulgar a manifestação

 

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