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Especial “VOZES”: dublagens, imitações e paródias do rádio

Brasileiros “anônimos” que dão sua voz a personagens de séries, filmes e desenhos animados dublados; você conhece algum dublador? Entre os imitadores, qual seu favorito?

A ideia para esta matéria surgiu durante a leitura de um artigo do jornalista de ciências especializado em estudos do cérebro e do comportamento humano, pesquisador dinamarquês David Robson, publicado pelo site Aeon, cujo título original é Why your favourite film baddies all have a truly evil laugh e, com tradução de Clara Allain, saiu no último domingo (24) na coluna Perspectivas, no caderno Ilustríssima do jornal Folha de S.Paulo

A pesquisa em questão analisa o potencial assustador das “piores gargalhadas do mundo” dos vilões de filmes, animações e games. “O que está por trás desse recurso nas narrativas contemporâneas?”, e “Por que uma risada realmente má está presente na maioria de seus filmes favoritos?” são algumas das perguntas que David Robson se propõe a “desvendar” em seu estudo. Confira trecho da matéria publicada na “Folha” deste domingo…

Perto do final do filme da Disney Aladdin (1992), o rival do herói, o perverso Jafar, descobre a identidade secreta do protagonista e rouba sua lâmpada mágica. Seu desejo de tornar-se o feiticeiro mais poderoso do mundo lhe é concedido, e ele usa seus poderes para enviar Aladdin para longe. O que vemos a seguir é um close demorado do corpo de Jafar. Ele se inclina para frente, com os punhos cerrados e um olhar quase constipado no rosto. E então explode em gargalhadas incontroláveis que ecoam pela paisagem. É a arquetípica risada maligna.

Jafar, de “Aladdin” (Imagem/Disney – Divulgação)

Manifestações escancaradas de deleite diante do infortúnio de outros são encontradas universalmente nos filmes infantis e também em muitos longas de suspense e horror para adultos. Pense nas gargalhadas extáticas do alien no primeiro filme “O Predador”, de 1987, quando ele está prestes a se detonar, levando Arnold Schwarzenegger de roldão. Ou na risadinha assustadora de Jack Nicholson em “O Iluminado” (1980). Ou, ainda, na risada maníaca de Wario sempre que Mario é derrotado (…)

Jack Nicholson foi o primeiro Coringa nos cinemas, no longa dirigido por Tim Burton. A versão de Nicholson trazia um tom mais mafioso para o vilão, que tinha um sorriso permanente por conta da maquiagem (Foto/Divulgação)

(…) Uma das características fundamentais que um vilão deve exibir é uma baixa razão de “sacrifício de bem-estar próprio”. Os vilões pegam carona no trabalho de outros.

Eles roubam e trapaceiam, tirando da comunidade sem oferecer nada em troca. Esse tipo de comportamento é indesejável nas sociedades de hoje, mas teria sido ainda mais desastroso na pré-história, quando a própria sobrevivência do grupo dependia de todos fazerem seu devido quinhão de esforço (…)

(…) Somos programados para sentir aversão especial por aproveitadores, pessoas que se beneficiam do trabalho de outros sem contribuir com nada —a ponto de podermos nos sentir justificados em expulsá-los do grupo ou até mesmo matá-los.

Existem graus diversos de vilania, contudo, e as pessoas mais perigosas e mais desprezadas são as que não são apenas aproveitadoras e trapaceiras, mas sádicas psicopatas que cometem atos cruéis por simples prazer. De fato, estudos anteriores revelaram que encaramos como verdadeiramente perversas —e, portanto, merecedoras dos piores castigos— pessoas que correspondam a essa descrição.

Os escritores de ficção sabem disso intuitivamente, tanto que usam esse artifício inúmeras vezes para identificar seus personagens mais perversos. Parte do poder da risada malévola vem do fato de ser tão evidente, diz o pesquisador: ela é ao mesmo tempo altamente visual e vocal (como demonstra perfeitamente o close de Jafar), e seu ritmo staccato pode ser particularmente penetrante.

Ademais, é difícil fingir risadas. Uma genuína e involuntária ocorre com a oscilação rápida dos “músculos laríngeos intrínsecos”, movimentos esses que parecem ser difíceis de produzir intencionalmente sem que soem artificiais.

Dotar o vilão de uma risada malévola ajudava a criar algum tipo de conflito moral entre bem e mal, algo que motivasse o jogador a vestir a capa do mocinho e derrotar os bandidos (…)

O personagem Dick Vigarista, vilão do desenho animado “Corrida Maluca” (Foto/Divulgação)

Confira a reportagem da Folha de S.Paulo, na íntegra, AQUI

 

E AS VOZES MAIS CONHECIDAS DOS DUBLADORES BRASILEIROS?
E ainda, quem são eles….

 

O Youtube está, definitivamente, se tornando uma ferramenta importantíssima para o Revoluir, tanto na divulgação das matérias deste site quanto nos momentos de descontração, nostalgia e de puro prazer ao se ouvir “aquela música”, “naquela hora”.

Neste caso, foi surpreendentemente eficaz para saciar algumas perguntas que se repetiam cada vez que as imagens de Jafar e Scar surgiam na mente durante a leitura do estudo de David Robson: E os dubladores brasileiros? De quem são as vozes que nos marcaram e, continuam nos marcando, em grandes filmes e desenhos animados?

O Canal “Mundo POP” do Youtube traz uma sequência de grandes dubladores brasileiros e seus personagens. Imperdível para quem quiser conhecer o rosto de quem está por trás de atores e atrizes de seus filmes preferidos.

 

Mário Monjardim dubla o ícone da comédia Gene Wilder, por exemplo, nos filmes “A dama de vermelho” e “Cegos, surdos e loucos”. Ao ouvir “…scooby-doo, cadê você?…” a voz peculiar que lhe vem à mente também é dele. Mas, “…o que é que há velhinho?…”, não poderíamos nos esquecer da voz do coelho mais “raposa” dos desenhos animados, o Perna Longa também vive em nossas lembranças com a voz dele, Monjardim.

 

Outro canal do Youtube que vale a pena ser conferido é o “Dubladores e Seus Personagens”. Bruce Willis, desde o seriado “A Gata e o Rato” até o infindável “Duro de Matar” (para sempre eternamente) e “O Sexto Sentido”, ganhou a voz de Newton da Mata, que também dublou Lion-O, líder dos ThunderCats, Batman e Capitão Gancho (todos animações), além de outros atores do cinema, como Dustin Hoffman, Terence Hill (aquele mesmo, companheiro de Bud Spencer em “Trinity” e “Dupla Explosiva”), Billy Bixby, em “O Incrível Hulk”, etc.

 

 

JAFAR, SCAR….E OUTROS

Outro vídeo do Canal “Dubladores e Seus Personagens” traz uma das vozes mais conhecidas em todas as salas de cinema do Brasil, Jorgeh Ramos, maior apresentador de trailers, incluindo os que precediam aos filmes em “fitas” VHS. Quem não se lembra do final das apresentações dos futuros lançamentos: “- Breve nos cinemas”; ou “-Num cinema perto de você”. E ainda há personagens inesquecíveis, principalmente em animações, que contam com a voz de Jorgeh, como Jafar, de “Aladdin”, e Scar, de “O Rei Leão”, além de Zé Buscapé.

 

IMITADORES

Obrigatório para quem gosta de imitações e paródias pesquisar pela dupla Tatá e Escova. Os dois se apresentavam no programa “Perdidos na Noite”, ancorado por Fausto Silva em início de carreira na TV Bandeirantes. Há entrevistas sensacionais, por exemplo, concedidas a Jô Soares, principalmente durante a temporada do “Jô Onze e Meia”, no SBT. Há centenas de vídeos de imitadores, como Ciro Jatene e Marcos Baiano, mas entre eles, Beto Hora, da Rádio Bandeirantes, com direito a uma breve temporada também pela TV Bandeirantes, é um dos melhores. No vídeo abaixo, uma de suas participações no programa Mesa Redonda, da TV Gazeta.

 

O REI: DJALMA JORGE

Dizem por aí que Djalma Jorge era um personagem fictício do rádio, locutor oficial do “Djalma Jorge Show”, um programa humorístico produzido pela rádio Jovem Pan FM durante praticamente dez anos, de meados dos anos 80 a meados dos 90. Dizem também (nunca essas informações foram confirmadas) que Djalma Jorge era um DJ esperto, um “pequeno hilário poeta”, de voz anasalada que, no entanto, ao usar clichês dos locutores de FM, cometia muitos erros de português (há controvérsias). Parodiava principalmente os que apresentavam programas na linha romântica, com suas “melódia” e traduções impagáveis de músicas internacionais. Muitos afirmam que Djalma Jorge era interpretado por Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, conhecido “Tutinha da Jovem Pan”. Você pode checar tais informações conferindo este vídeo (e diversos outros) que traz o episódio “Mamíferos sem a letra C”, num grande “desáfio” no consagrado “jogo do intelecto”, o imortal “Stop!”, entre Djalma Jorge e o operador das “ténica” de “seus pograma”, o inigualável “Chefe Bródi”.

 

FILHOS “Bastardos” DE DJALMA JORGE….

Os “Sobrinhos do Ataíde” era composto por Paulo Bonfá, Marco Bianchi e Felipe Xavier. O trio esteve em ação entre os anos de 1995 e 2001com brincadeiras e gravações de piadas e situações cômicas vivenciadas por eles mesmos, e que foram se transformando em criações mais elaboradas levadas ao ar pela Rádio 89FM, de São Paulo. Em 1997 narraram o “Rockgol”, campeonato da MTV Brasil, quando conquistaram reconhecimento nacional. Encontre os “Sobrinhos do Ataíde” e outros imitadores e dubladores de personagens marcantes em sua vida, é só fazer uma pesquisa no Youtube. Quem nunca???

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