Estreia no Revoluir: Os Dois, por O.A. Secatto
31 de dezembro de 2018Sobre Meninos, Meninas e o ministro
10 de janeiro de 2019Sempre há o que melhorar!
Feliz Ano Novo?! De que adianta o ano ser novo e continuarmos sendo a mesma pessoa?
No dia 31 de dezembro passado, estava pronto para postar nas redes sociais aquelas mensagens com frases prontas e vazias de fim de ano, quando escrevi o seguinte:
NÃO VOU DESEJAR FELIZ ANO NOVO! DESSA VEZ, DESEJO QUE TODOS (EU, INCLUSIVE) SE TORNEM PESSOAS MELHORES. SEMPRE HÁ O QUE MELHORAR!
Podemos melhorar nosso comportamento, deixar de lado algumas manias, contrariar as nossas convicções, as nossas certezas, identificar os nossos preconceitos e eliminá-los, reconhecer os nossos erros e corrigi-los, perceber que a nossa crença a respeito de um determinado assunto estava errada e mudar de opinião, detectar nossas fraquezas e medos e tentar superá-los.
Comecemos com a empatia, que é capacidade de se colocar no lugar dos outros: ao se deparar com um mendigo na rua ou um alcoolista deitado em um banco de praça, somos capazes de perguntar quais foram os motivos que o levaram àquela situação ou simplesmente ignoramos o fato? Pior! Radicalizamos o pensamento e acreditamos que a culpa é exclusivamente dele por estar naquele estado deprimente? Nesse caso, pensem na postura mais adequada para nos tornarmos pessoas melhores
Com relação à caridade: fazemos de coração, de forma discreta ou sigilosa, sem que ninguém ou poucas pessoas saibam ou nos envaidecemos com o ato, propagandeando-o aos quatro ventos? Além da caridade, preocupamo-nos com a justiça social ou achamos esta uma perda de tempo?
No trabalho, somos pessoas fáceis de lidar, desenvolvemos bem os projetos em grupo, respeitamos os colegas, prezamos pela ética e cumprimos as tarefas da melhor forma possível? Ou somos profissionais egoístas, antiéticos, desagregadores, manipuladores, oportunistas, desonestos e não pensamos duas vezes em passar por cima dos outros, como um trator, para atingirmos nossos objetivos? Não preciso nem dizer qual alternativa é a correta, a mais ética, a mais adequada, a mais justa, a que nos torna não somente profissionais melhores, mas seres humanos mais honrados.
Ao tomarmos conhecimento dos problemas de pessoas próximas (conhecidos da comunidade, parentes e amigos), preocupamo-nos de verdade, oferecendo auxílio, assumindo uma postura tolerante e compreensiva ou rapidamente realizamos um julgamento implacável e limitamo-nos a fofocar sobre o caso?
Ao realizarmos uma transação comercial ou financeira, acreditamos que o bom negócio é aquele em que ambas as partes saem satisfeitas ou aquele em que nós levamos grande vantagem, prejudicando a pessoa com a qual negociamos? E pior, nesse último caso, arrependemo-nos e procuramos não repetir o ato ou nos gabamos aos amigos em uma festa ou roda de bar, achando que somos as pessoas mais espertas do mundo?
No trânsito, somos aquele motorista que respeita as leis e os direitos dos pedestres, sempre assumindo uma postura defensiva ao volante ou atravessamos o sinal vermelho, paramos o automóvel na faixa de pedestres e em fila dupla, estacionamos em vaga de deficiente físico ou idoso sem termos esse direito, ultrapassamos, frequentemente, os limites de velocidade nas estradas e nas ruas, somos intolerantes com o erro dos outros e facilmente ofendemos as pessoas?
Respeitamos os direitos das minorias e reconhecemos que existem muitos casos de racismo, misoginia, xenofobia e homofobia em nosso país que, às vezes, terminam em violência e até mesmo na morte de pessoas, ou achamos que os movimentos sociais que lutam e tentam chamar a atenção do público para esses graves problemas sociais é “mimimi” (expressão pejorativa, muito utilizada nas redes sociais, que satiriza uma pessoa que reclama por algo)?
Quando terminamos de escutar o sermão do padre na missa, a palestra em um centro espírita ou a palavra do pastor em uma igreja evangélica, procuramos observar os ensinamentos e praticá-los em nosso dia a dia ou os deixamos lá, no local onde os aprendemos?
Vejam que oportunidades não faltam para tornarmos pessoas melhores, basta ter a humildade de reconhecer os próprios defeitos e a coragem de mudá-los.
Não tenham receio de assumir uma postura melhor, pois insistir nos erros é uma prova de orgulho e teimosia, uma vez que não adianta o ano ser novo e continuarmos com velhos e maus costumes. Enfim, sempre há o que melhorar!