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R$ 170 mil em mais de 30 depósitos; diretores disseram “ter que cagar” R$ 50 mil para que Gimenes “não largasse tudo”

Gilmar Gimenes confirmou ter recebido mais de 30 depósitos de diretor da OSS de Andradiana, mas alegou ser "pagamento de dois apartamentos que vendeu"

Apuração do Revoluir mostra que Gilmar Gimenes (PSDB) recebeu diversos depósitos em sua conta vindos da OSS de Andradina e que o valor poderia superar R$ 170 mil.
Um dos responsáveis por esses depósitos feitos a Gimenes seria Sebastião Sérgio da Silva, diretor superintendente da Organização Social de Saúde, e considerado o comandante do grupo de Andradina que administrou a Santa Casa de Fernandópolis por mais de dois anos.
O grupo de funcionários e diretores da OSS de Andradina é descrito, no âmbito da Operação “Hígia”, como “aparente organização criminosa”.
VALORES “QUEBRADOS”
Gimenes recebeu depósitos de R$ 52 mil, R$ 50 mil, R$ 11 mil (o qual, segundo Sebastião, não teria sido realizado por ele), R$ 3 mil e R$ 2,5 mil. Foram, ao todo, mais de 30 depósitos, realizados pelo motorista de Sebastião, Ezequias Carvalho de Souza, sempre no cumprimento “das ordens do patrão”.
Num primeiro momento, de acordo com as informações obtidas pelo Revoluir, o valor depositado a Gimenes seria de R$ 170 mil.
No entanto, pelo menos mais um depósito pode ter sido efetuado em favor do ex-deputado estadual tucano, no valor de R$ 50 mil.
E este depósito teria sido feito após uma conversa entre Luciano Jara Rodrigues, diretor financeiro da OSS de Andradina, e Duílio Igor de Oliveira, diretor administrativo.
Pedindo “pelo amor de Deus”, Luciano Jara fala para Duílio Igor que eles “terão que cagar R$ 50 mil para Gilmar Gimenes”.
Esta conversa ocorreu após Sebastião Sérgio da Silva ter dado um ultimato: “ou nós damos um jeito ou o Gilmar Gimenes vai largar tudo”.
Todas essas informações estariam em áudios de telefonemas grampeados durante as investigações. Até o momento, Revoluir não teve acesso aos áudios, nem a suas transcrições, pois as investigações ainda correm em segredo de justiça.

Graças a um HC do TJ-SP, Gimenes está solto e acompanhará o trâmite complementar das investigações em liberdade

 

OUTRO LADO
Gimenes, ao confirmar o recebimento dos valores, teria alegado, em depoimento que durou mais de duas horas e meia em pleno sábado de Carnaval, que “os depósitos em sua conta foram para pagar dois apartamentos que vendeu em São José do Rio Preto”.
Um documento com registro em Cartório, em data próxima aos depósitos, teria sido apresentado por Gimenes, contendo a transação de compra e venda dos imóveis entre Sebastião Sérgio da Silva e ele, no valor total de R$ 700 mil.
O que chama a atenção das autoridades que investigam a caixa-preta da Santa Casa é a forma peculiar de pagamento que este caso apresenta.
Segundo especialista criminal ouvido pelo Revoluir, este número exagerado de depósitos, de diversos valores, é típico de “lavagem de dinheiro ou outras ações criminosas”.
Gilmar teria pedido para que Sebastião confirmasse “direitinho” todos os depósitos, pois “estariam faltando quinhentos reais”.

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