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Nos anos 80, devido à instabilidade econômica, inflação galopante, resultados de conjunturas internas e externas, nosso país se tornou cada vez menos atraente para o capital internacional. Na Ásia, especialmente a China e a Coreia do Sul se industrializaram. Os capitais pós-crise do Petróleo foram exportados para mercados mais atrativos que o brasileiro.
Ficamos defasados. Não acompanhamos de maneira competitiva a nova revolução da indústria, agora voltada para a tecnologia. O fim dos governos militares foi marcado pelo endividamento do Estado, pela inflação e queda do poder de compra dos trabalhadores. Nos anos 90, seguindo a agenda do Consenso de Washington, o Plano Real foi posto em prática no mandato de Itamar Franco. A privatização de várias estatais herdadas da Era Vargas e do Regime Militar foi um dos mecanismos encontrados para controlar a desvalorização cambial e a inflação. Entretanto, o processo de desindustrialização não foi freado.
Os anos 2000 foram marcadas pelo nosso retorno à condição de exportador de commodities, abastecendo principalmente a China industrializada com as matérias-primas que são transformadas nas mercadorias que hoje inundam nossas lojas. A importação de produtos chineses a preços muito mais competitivos do que os nacionais foi fechando ainda mais os espaços para uma indústria nacional.
O desemprego no país frente à desindustrialização teve efeito dominó, que somado a outras crises que abalaram o mercado internacional, deixou o Brasil em uma situação de gigante em PIB, porém com uma população desprovida de capital para consumir, endividada e necessitada de políticas de distribuição de renda. Desse modo, a China, centro pulsante do capitalismo industrial, arrasta os trabalhos e serviços. A permanência do Brasil como exportador de produtos agrícolas em pleno século XXI está diretamente relacionada com a instabilidade política.
Desde o processo de redemocratização, o neoliberalismo tem orientado a pauta econômica, mesmo em governos mais à esquerda, deformando as tentativas de construção de políticas próximas de Estado de Bem Estar Social.
Frente a uma crise que não é possível ser revertida sem romper com essa conjuntura de décadas, a população tomou para si a crença de que uma mudança radical do direcionamento ideológico do executivo e legislativo seria a solução, mal sabiam o que Paulo Guedes é um neoliberal da escola de Chicago e com uma pauta econômica na contramão do que precisamos (digo nós que não somos rentistas e bilionários).
O fechamento das fábricas da Ford no Brasil, anunciado recentemente, demonstra que a desindustrialização está em seu ápice. Infelizmente, tudo que não precisávamos era de mais desemprego em massa em meio a uma pandemia. Jair Messias Bolsonaro disse a poucos dias que ele não podia fazer nada pois o Brasil está quebrado.
Eu vou tomar a liberdade de corrigir: com uma política neoliberal, sem um foco na geração de empregos, refém do mercado financeiro internacional, sem investimento em ciência e tecnologia, REALMENTE NÃO DÁ PARA FAZER NADA SR. PRESIDENTE.