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O Amor nos tempos do Cólera

Zé Renato é professor de Filosofia da UniJales

Peguei emprestado o título de Garcia Marques. É belo.

No entanto, a conversa não é sobre literatura, porém, cinema.

Estou a me referir a película “A Forma da Água”. Dirigida por Guillermo Del Toro, aborda de maneira incomum o amor. O amor entre pessoas e o amor entre uma mulher e a “criatura”

Sim, é meio “ficção científica”. Centrado nos anos cinquenta, em meio a “Guerra Fria”, a trama trata de uma criatura que fora capturada. O ser marinho, que é mantido em cativeiro, para estudos e extremamente maltratado.

Duas mulheres responsáveis pela faxina e um artista se afeiçoam ao ser e lutarão para libertá-lo.

A protagonista – a faxineira muda – é Elisa (Sally Hawkins) -, absurdamente gigante na interpretação. Com o auxílio luxuoso da magnífica Octavia Spencer – Zelda – e Gilles – grandiosamente protagonizado por Richard Jenkins.

Toda a trama é construída num clima pastel, esverdeado, como a criatura, a luz é opaca, não tétrica, mantém um clima de mistério, com tendências à leveza. Música impecável. A câmera conduz o espectador ao deleite e ao sonho. Planos seguros, sem excessos. Direção maravilhosa

A muda é aquela que melhor se expressa com a criatura e com todos. Linguagem de sinais e mímicas. Levando-nos a pensar que o amor é algo que não se precisa com palavras e conceitos. É mais sentido e percepção.

A criatura entende e se comunica.

Sally conta com o apoio imediato de Zelda e de Gilles, a fim de salvar a criatura, quer dizer, o amor. Este não possui formas específicas, muito menos regras. Vence

Não nos esqueçamos: estamos na Guerra Fria, polarização fundamentalista, marcada pelo ódio, pela ira, pela perseguição.

Mais uma vez: a vida está a imitar a arte? Ou será ao contrário?

 

Zé Renato é professor de Filosofia da UniJales
[email protected]

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