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8 de abril de 2021Mineração Ilegal: MPF lança campanha de apoio a mulheres indígenas atacadas por garimpeiros
Iniciativa foi lançada pelo Ministério Público Federal juntamente com mulheres Munduruku para reconstruir o espaço e reforçar a luta contra a mineração ilegal no estado do Pará
Diversas organizações indígenas, instituições de defesa dos direitos humanos e comunicadores por todo o país vêm aderindo à campanha lançada na semana passada pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelas mulheres Munduruku para arrecadação de recursos após a sede de associação em Jacareacanga, no sudoeste do Pará, ter sido atacada por grupo favorável ao garimpo ilegal.
Com a campanha, as mulheres Munduruku e o MPF têm o objetivo de conseguir fundos para a reforma do prédio, reposição dos itens destruídos, e para a ampliação da mobilização e da luta contra o avanço da mineração ilegal.
Além do envio de doações, os apoiadores têm compartilhado o material de divulgação da campanha e têm publicado manifestações de elogios à iniciativa e de incentivo à continuidade da resistência das mulheres indígenas contra os criminosos.
A relação de apoiadores está sendo permanentemente atualizada na página da campanha. Clique Aqui!
Até o momento, os apoiadores são os seguintes:
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib)
Conselho Indígena Tapajós Arapiuns (Cita)
Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab)
Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa)
Fórum da Amazônia Oriental (Faor)
Jornal de Casa, com Victor Camejo
Movimento Xingu Vivo Para Sempre
Sindicato Nacional de Docentes do Ensino Superior (Andes-SN)
Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH)
COLABORE
As doações são recebidas em conta bancária da Associação das Mulheres Munduruku Wakoborũn:
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Banco: Bradesco
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Agência: 0759-5
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Conta Poupança: 38295-7
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CNPJ: 30.024387/0001-87
Para mais informações sobre a campanha ou para que instituições e organizações se registrem como apoiadoras da iniciativa, os contatos são os das Assessorias de Comunicação (Ascons) do MPF no Pará e da associação: WhatsApp/telefone: (91) 98402-2708, e e-mail: [email protected] (Ascom MPF/PA), ou e-mail: [email protected] (Ascom Associação Wakoborũn).
COMO FOI
No ataque à sede da Associação das Mulheres Munduruku Wakoborũn, ocorrido em 25 de março, garimpeiros ilegais e representantes de uma minoria indígena aliciada pelos criminosos depredaram o prédio e destruíram documentos, móveis e equipamentos, além de produtos indígenas à venda no local. A violência foi uma tentativa de silenciar as mulheres Munduruku, contrárias à mineração ilegal em terras indígenas. O escritório vandalizado é de uso coletivo da Associação Wakoborũn com outras organizações indígenas antigarimpo.
Confira mais detalhes aqui!
O povo Munduruku vem relatando aumento da invasão garimpeira às suas terras desde o início da década passada, quando foram anunciados vários projetos hidrelétricos na região onde vivem.
Nos últimos três anos o problema vem se intensificando, e em março foi identificada a chegada de maquinário pesado, grupo armado e helicóptero suspeito de escoltar os criminosos, que estão avançando em direção a bacias hidrográficas fundamentais para a garantia da vida indígena.
Apesar de o MPF já ter cobrado providências das autoridades inclusive por meio de ações judiciais, até agora não há combate contínuo à mineração ilegal no território Munduruku, e a tensão na área só cresce.
O ataque à sede das mulheres indígenas em Jacareacanga é o mais recente de uma série de atos de violência contra a vida e os direitos indígenas.
Enquanto isso, uma ação de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) em agosto do ano passado foi interrompida após visita do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e da intervenção do Ministério da Defesa.
As circunstâncias da interrupção incluíram suspeitas de vazamento de informações sigilosas e transporte de garimpeiros em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), e estão sendo investigadas em dois inquéritos do MPF.
O MPF também abriu apurações sobre a ocorrência de improbidade administrativa por parte de autoridades responsáveis por evitar a invasão garimpeira, e sobre a ocorrência de dano coletivo aos indígenas.