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Entrevista realizada há dois anos pelo jornalista João Leonel, deste site Revoluir, é peça-chave no inquérito policial da Delegacia Seccional, que culminou na operação Assepsia: Figura como uma das provas sobre a gestão compartilhada entre Santa Casa e OSS de Andradina, atual gestora do hospital fernandopolense
Outra prova fundamental de que a Santa Casa passa por uma “gestão compartilhada” é o depoimento de conselheiros, que garantiram receber orientações e explicações sobre diversas ações dentro do hospital por integrantes do grupo de gestores da OSS de Andradina, em reuniões específicas para o detalhamento de trabalhos administrativos.
Não estão descartadas futuras medidas judiciais contra possíveis “falsos testemunhos”: mais de 30 pessoas já foram ouvidas pela Seccional de Polícia.
“Se houver alguém interessado em se eximir das responsabilidades administrativas na tentativa de fugir de eventuais condenações, que fique claro: está comprovada a gestão compartilhada. Não pensem que chegarão a Fernandópolis e ficarão fora do alcance da lei”, complementa Canato.
PRIMEIRA PESSOA DO PLURAL
A referida entrevista foi realizada em abril de 2017, quando este jornalista, idealizador e proprietário do site Revoluir, João Leonel, entrevistou o advogado Fábio Antonio Obici, diretor-presidente da Organização Social de Saúde de Andradina.
Obici fez declarações como “vamos profissionalizar a gestão administrativa do hospital”. O porta-voz da OSS disse que um amplo levantamento financeiro-administrativo foi realizado, durante mais de um mês, “in loco”, e garantiu: “A dívida da Santa Casa de Fernandópolis não é impagável, a questão é que o setor financeiro está ‘desorientado’. Nossa contribuição vem através da experiência em administração hospitalar que adquirimos ao longo dos anos. Essa dívida pode ser sanada, não digo que nos próximos 3 ou 5 anos, mas pode sim ser paga. Nesse momento, nosso objetivo é equilibrar as contas”. (no período entre abril de 2017 e julho de 2019, as dívidas da Santa Casa saltaram de R$ 30 milhões para R$ 52 milhões); VEJA A EVOLUÇÃO DAS DÍVIDAS DA SANTA CASA AQUI!
“Ao se utilizar de verbos na primeira pessoa do plural, durante toda a entrevista, e garantir que sempre ‘estariam juntos’ na administração do hospital, não há como negar, agora, a responsabilidade da OSS de Andradina na atual gestão da Santa Casa”, assegura Dr. Ailton Canato.
“VIEMOS PARA TRABALHAR JUNTOS”
Fábio Obici garantiu que a chegada da nova OSS a Fernandópolis era para um trabalho em conjunto: “Tudo começou dentro da Secretaria Estadual da Saúde, em São Paulo. Foi através de um convite dos deputados Fausto Pinato e Gilmar Gimenes. Eles buscavam uma possível parceria com alguma OSS, solicitando auxílio dos técnicos e assessores da Secretaria, e como sempre nos dirigimos até São Paulo, fomos apresentados ao Pinato e ao Gimenes. Logo que surgiu a possibilidade, achei muito difícil dar certo. Teríamos que nos deslocar de Andradina, da nossa região, até Fernandópolis. Mesmo assim, por ter recebido o convite, agendamos uma reunião aqui na cidade. Foi quando conhecemos o prefeito André Pessuto. Levando em consideração a postura do prefeito, que pediu ajuda mas não queria tirar a OSS da Irmandade Santa Casa de Fernandópolis, optamos por somar, para fortalecer essa OSS: viemos trabalhar juntos. O Edilberto Sartin e o Helio Maldonado, que nos receberam aqui e nos apresentaram a ‘situação financeira’ da Santa Casa, estarão conosco nesse momento de implantação do novo sistema de gestão. Eles comporão o Conselho Administrativo, da mesma forma que o Conselho Fiscal continuará sendo composto pelas pessoas que já estão lá. Na assembleia desta quarta-feira (05) foi aprovada uma única alteração estatutária, suprimindo o veto à composição da Irmandade de irmãos que não residissem em Fernandópolis ou nas cidades aqui da microrregião. Desta forma, os nomes da nossa nova Diretoria Executiva foram aprovados como irmãos, e, em seguida, eleitos para seus respectivos cargos. Aprovados os nomes, nossa função agora será administrativa. Nunca vi uma cidade com a receptividade que Fernandópolis está nos acolhendo”, resumiu Obici.