URGENTE: Governo de SP dispara alertas por SMS e WhatsApp informando sobre aumento dos casos de Coronavírus
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Restrições deverão ser mantidas mesmo com uma futura flexibilização para reabertura parcial do comércio, o que acontecerá não se sabe quando. Situação atual pode ser classificada como ‘sob controle’ em Fernandópolis, mas há uma sombra gigantesca de um ‘PORÉM’ que requer cuidados e atenção totais: ‘sob controle’ requer restrições, isso é fato!
REVOLUIR
Fernandópolis agiu rápido, mas são diagnosticados casos todas as semanas.
Confira o que diz uma das principais vozes da “Ciência” em Fernandópolis: sim, Ciência com “C” maiúsculo.
Risco de contágio é iminente na cidade! “Estamos enfrentando um inimigo invisível e imprevisível”.
Se tivéssemos o fim do isolamento social hoje, aliado a uma reabertura do comércio abrupta, os casos positivos aumentariam.
Prova disso é o aumento de casos de síndromes gripais, que acende o sinal de alerta: já são registrados seis atendimentos diariamente, que vão de diagnósticos simples de síndrome gripal leve a pacientes com complicações respiratórias graves agudas.
Saiba como deverá ser a transição do atual modelo de combate à Covid-19 a uma gradativa retomada das atividades econômicas e sociais e também qual é a expectativa quanto a uma possível vacina, a rotina e convívio com a família, além dos riscos da profissão de quem atua na área da saúde nesta entrevista exclusiva que Revoluir realizou com o médico infectologista Dr. Márcio César Reino Gaggini.
Devemos manter o foco na prevenção, estamos enfrentando um inimigo invisível e imprevisível, só através dos nossos cuidados com contato e higienização poderemos diminuir os riscos
(Veja a entrevista de Gaggini no Medscape clicando aqui!)
REVOLUIR: Qual a situação de Fernandópolis nesse momento?
DR. GAGGINI: Estamos diagnosticando casos semanalmente, porém, as medidas tomadas pela Prefeitura de Fernandópolis de forma rápida nos permitiu que preparássemos a rede de saúde do município para o enfrentamento da Covid-19. Atualmente estamos com sete casos confirmados. (Continua após imagem do Boletim Diário divulgado pela Prefeitura)
REVOLUIR: O que pode acontecer se tivermos o fim do isolamento social hoje?
DR. GAGGINI: Ocorrerá aumento de casos, por isso o fim do isolamento deve ocorrer de forma pensada e gradativa, visando à reconstituição da economia do município e evitando grande aumento de casos. Cuidados como evitar aglomerações, uso de máscaras, higienização das mãos, testagem e isolamento dos sintomáticos são essenciais nessa transição. Também o afastamento das pessoas que se encontram na situação de risco.
Essa doença é nova para todo meio científico, sabemos que outras patologias respiratórias virais aumentam no inverno, por isso é muito importante o controle nesse momento para evitarmos grandes números de casos no futuro
REVOLUIR: Como estão os atendimentos na rede municipal de Saúde, em especial no Cadip, em relação a casos de síndromes gripais, diagnósticos de complicações respiratórias graves agudas?
DR. GAGGINI: Há cinco semanas definimos um fluxograma com a Secretaria Municipal da Saúde. Casos leves são analisados nas Unidades Básicas de Saúde e, após avaliação, são encaminhados ao Cadip caso necessário. No Cadip, no período da tarde, são avaliados esses encaminhamentos e definido o destino, atendimento ambulatorial ou internação. Casos graves são atendidos na UPA e, após internação, na Santa Casa se necessário. Na Santa Casa, em parceria com a Unimed e Prefeitura, criamos uma unidade específica para tratamento de síndrome gripal, a Unidade II. Notei que essa semana aumentou nossos atendimentos, por volta de seis por dia.
REVOLUIR: Como pode ser o próximo inverno (início 21 de junho) se número de contágios não estiver dentro de uma margem de controle?
DR. GAGGINI: Essa doença é nova para todo meio científico, sabemos que outras patologias respiratórias virais aumentam no inverno, por isso é muito importante o controle nesse momento para evitarmos grandes números de casos no futuro.
Existem os riscos da nossa profissão, quando a escolhemos sabíamos desses riscos
REVOLUIR: Como tem sido sua rotina? Sua relação com a sua família, tem tido contato diário com familiares? Como é ver companheiros e companheiras de trabalho na área da Saúde testando positivo para o Coronavírus?
DR. GAGGINI: Criei um fluxo em casa, entro pelo corredor e faço higienização antes de entrar. Estou tendo contato apenas com minha esposa e minha filha. Faz mais de trinta dias que não saio de minha casa para visitar outros familiares ou para ir a outros locais na cidade, apenas frequento meus locais de trabalho (Consultório, CADIP e Santa Casa). Hoje, temos equipamentos de segurança no trabalho, porém, existem os riscos da nossa profissão, quando a escolhemos sabíamos desses riscos. Nesse momento temos que enfrentar essa situação atendendo a população com a maior segurança possível.
REVOLUIR: Qual sua perspectiva quanto a uma possível vacina? Para quando teríamos uma vacina?
DR. GAGGINI: Dificilmente será liberada vacina de forma rápida para a população em geral, pois deve passar pelas fases de liberação, que leva em média doze meses.
Ocorrerá aumento de casos, por isso o fim do isolamento deve ocorrer de forma pensada e gradativa, visando à reconstituição da economia do município e evitando grande aumento de casos. Cuidados como evitar aglomerações, uso de máscaras, higienização das mãos, testagem e isolamento dos sintomáticos são essenciais nessa transição