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19 de outubro de 2019Pesquisas com fósseis de crocodilos pré-históricos encontrados em Fernandópolis ganham artigos científicos internacionais
Duas revistas internacionais destacam a região de Fernandópolis em artigos científicos
que recriam ambiente e hábitos de crocodilos de 75 milhões de anos
Professor Doutor Carlos Eduardo Maia de Oliveira, conhecido na região como professor Cadu, participa de um grupo de pesquisadores que publicou dois artigos científicos em revistas internacionais sobre fósseis de Fernandópolis e região nos últimos dias.
Os artigos científicos intitulados ‘Dental histology of three notosuchians (Crocodylomorpha) from the Bauru Group, Upper Cretaceous, Southeastern Brazil’ (em tradução livre: Histologia dentária de três notossuquianos (Crocodilomorfa) do Grupo Bauru, Cretáceo Superior, Sudeste do Brasil) e ‘Description and phylogenetic relationships of a large-bodied sphagesaurid notosuchian from the Upper Cretaceous Adamantina Formation, Bauru Group, São Paulo, southeastern Brazil’ (em tradução livre: Descrição e relações filogenéticas de um robusto esfagessaurídeo notossuquiano do Cretáceo Superior, Formação Adamantina, Grupo Bauru, São Paulo, Sudeste do Brasil) foram publicados nas revistas internacionais “Historical Biology” e “Cretaceous Research”, respectivamente
Explica Cadu.
O trabalho versa sobre detalhes de alguns crocodilos pré-históricos que viveram na região há, aproximadamente, 75 milhões de anos. Era uma época tão remota, que se o leitor pudesse viajar no tempo para se encontrar com esses animais descritos nos trabalhos científicos do professor Cadu, iria estranhar a nossa paisagem e os animais que aqui viviam.
Naquela época não existia grama, muito menos a maioria das árvores que conhecemos, atualmente. Não existiam seres humanos, nem mesmo nossos parentes mais próximos, os macacos. No entanto, existiam dinossauros, samambaias, cicas, pinheiros e os mamíferos eram raros, pequenos e vivam em tocas subterrâneas
Esse trabalho com fósseis na região realizado pelo professor Cadu já é conhecido entre seus colegas de trabalho, familiares e amigos. Inicialmente, o Doutor em Geologia Regional, que é articulista do Revoluir, trabalhou com essas pesquisas na Fundação Educacional de Fernandópolis, quando era professor daquela instituição. Atualmente, ele desenvolve suas pesquisas acadêmicas no Instituto Federal de São Paulo, Campus Votuporanga, instituição na qual atua como professor e coordenador de extensão.
Professor Cadu trabalha em conjunto com dois pesquisadores, Prof. Dr. Rodrigo Miloni Santucci (professor da Universidade de Brasília) e Prof. Dr. Marco Brandalise de Andrade (professor da PUC do Rio Grande do Sul). O grupo já descobriu vários fósseis na região de Fernandópolis desde o ano de 2004. Habitualmente, eles convidam alunos de mestrado e doutorado para trabalhar com eles na pesquisa dos fósseis.
De lá para cá, o grupo fez várias descobertas de fósseis, especialmente de crocodilos pré-históricos e alguns ossos e dentes de dinossauros. Descobriram ossos, crânios, dentes, garras, ovos (cascas e até exemplares inteiros), esqueletos bem preservados, coprólitos (fezes fossilizadas), osteodermos (aquelas placas que ficam nas costas dos crocodilos e jacarés), vértebras, costelas, dentre outros elementos fósseis.
Todos esses fósseis encontrados pelo grupo na região possuem idade estimada de, aproximadamente, 75 milhões de anos.
Além da cidade de Fernandópolis, fósseis foram encontrados em Jales, Auriflama e General Salgado.
Os fósseis da região já foram utilizados em vários trabalhos acadêmicos: quatro artigos científicos publicados em revistas internacionais que são publicadas em vários países, trabalhos apresentados em congressos no exterior e em algumas dissertações de mestrado e teses de doutorado.
Fico muito feliz em saber que os fósseis descobertos em Fernandópolis e região foram utilizados em trabalhos acadêmicos importantes realizados por pesquisadores e alunos de mestrado e doutorado, divulgando o nome da nossa cidade em todo país e no exterior. Em breve, novos trabalhos do grupo versando sobre os fósseis de Fernandópolis e região serão divulgados
Complementa o professor e pesquisador fernandopolense.
É importante destacar que fósseis devem ser objetos de pesquisa em centros acadêmicos e exposições em museus. Nunca devem ser guardados em casa e muito menos serem comercializados (prática proibida no Brasil). Por isso, quem encontrar fósseis, deve comunicar os pesquisadores autorizados a trabalharem na área, a Agência Nacional de Mineração ou uma Universidade Pública ou Instituto Federal de Educação.
Confira o artigo científico Histologia dentária de três notossuquianos (Crocodilomorfa) do Grupo Bauru, Cretáceo Superior, Sudeste do Brasil Aqui
Confira o artigo científico Descrição e relações filogenéticas de um robusto esfagessaurídeo notossuquiano do Cretáceo Superior, Formação Adamantina, Grupo Bauru, São Paulo, Sudeste do Brasil) Aqui