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Cuidado: os revisionismos históricos sobre a Ditadura Militar no Brasil e outros engodos estarão nos livros didáticos dos seus filhos

Professor André Luiz da Silva crava: "as calhordas diretrizes adotadas pelo MEC serão um retrocesso para nossa já tão frágil educação pública"

O ensino de história, como explica Verena Alberti, deve ter como primeiro compromisso o rigor histórico.

Segundo a historiadora:

Isso pode parecer óbvio, e devia sê-lo, mas nem sempre é observado por professores e produtores de material didático em história. Seguir esse princípio significa não estar de acordo com a ideia de que qualquer afirmação possa ser feita a respeito do passado. Acuidade e clareza de reflexão são, pois, cruciais aqui. (ALBERTI, 2012, p.63)

Para tornar este compromisso ético em uma ação prática no processo de ensino de história, são necessárias três etapas: 1 – Compreender as pessoas no passado, ou seja, buscar desenvolver junto aos alunos um olhar não anacrônico sobre os personagens e culturas estudadas. 2 – A história problema, que parte de uma problemática e caberá ao professor mediar o trabalho dos alunos com fontes e referencial bibliográfico de forma que a aprendizagem do aluno se aproxime do oficio do historiador. 3 – A produção de resultados, ou seja, produzir respostas para a problemática.

Verena Alberti leva em consideração que o conhecimento sobre o passado não deve ser apenas narrado, transferido pelo professor ao aluno, mas que cabe ao professor mediar este processo para que o estudante possa alcançar o conhecimento, assim como compreender as metodologias que envolvem a historiografia.

Devemos levar em consideração que o atual ministro do MEC afirmou publicamente que os materiais didáticos que serão disponibilizados irão tratar 64 e os 21 anos em que os militares ocuparam o poder no Brasil negando que se tratava de uma ditadura, assim relativizarão se realmente foi um golpe. Desse modo, as reflexões de Alberti são ainda mais pertinentes. Tanto no que diz respeito ao rigor, como as três etapas básicas do ensino de história, a metodologia de trabalho do professor de história, deve ser embasada na pesquisa, na crítica e no contato com variados repertórios documentais e bibliográficos.

Resumindo:

Cabe ao professor realizar junto aos seus alunos uma análise crítica de qualquer do material didático em nome do rigor do oficio do historiador. E podemos ir além, o docente deve oferecer condições para que o aluno consiga chegar ao conhecimento, não simplesmente dizer a ele o que é ou não ‘a verdade’.  Em suma, não basta mudar o livro didático, pois trata-se de uma campo do saber pautado em metodologias e teorias que procuram fazer que os estudantes pensem para além do decoreba, trata-se de oferecer livros didáticos pautados no que nós historiadores, não só brasileiros, consideramos como metodologia apropriada para tratarmos do passado com as novas gerações sem caiarmos em falsificações. Este caminho é o ideal para não sermos taxados como doutrinadores, mas como propagadores do pensamento livre e bem fundamentado no método científico.

Os resultados das calhordas diretrizes adotadas pelo MEC serão um retrocesso para nossa já tão frágil educação pública.  Não só historiadores, como também políticos de oposição (ou com no mínimo bom senso), a sociedade civil, a instituições de ensino comprometidas com as ciências, as organizações, como a OAB e demais pesquisadores defensores da importância do conhecimento com rigor, deverão se unir para resistir a mais uma medida criminosa de nossos governantes, este sim com um projeto doutrinador.

Vamos de livros nas mãos fazer valer a Constituição e a liberdade de cátedra, para evitar que nas escolas brasileiras se ensine absurdos como os ditos pelo nosso presidente, como a firmação de Nazismo é de esquerda, que os portugueses nem pisaram na África e que Ustra, torturador e figura de maior patente no DOI-CODI, se torne um herói

Por fim digo, não podemos nos calar, ou nos calarão como calaram, prenderam, torturaram e mataram quem pensava diferente.

Quem quiser ler o artigo da profa. Verena Alberti, CLIQUE AQUI!

 

André Luiz da Silva Professor Universitário Doutor em História pela UNESP/Franca [email protected]

 

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