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“Tem que jogar esse ECA na latrina”

O presidenciável Jair Bolsonaro encenando sua “marca registrada”: “Tem muito coitadismo hoje em dia e eu vou acabar com isso daí” (Foto: Adriano Machado/Reuters)

Do Portal UOL e Folha de S.Paulo

Alheio a qualquer repercussão negativa que possa gerar suas polêmicas falas, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), que já afirmou ter ensinado todos os seus filhos a atirar com munição de verdade desde os cinco anos de idade, acabou batendo de frente com defensores do Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA.

O primeiro round desse entrevero se dá porque o que disse ter feito com seus filhos é proibido por lei e o responsável pode ser punido com três a seis anos de prisão. O artigo 242 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), estabelece como crime “vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, à criança ou ao adolescente, arma, munição ou explosivo”.

“A arma é inerente à defesa da sua vida e à liberdade de um país. Meus filhos todos atiraram com cinco anos de idade, real, não é de ficção nem de espoleta não, tá ok?”, declarou Bolsonaro, ainda no mês de agosto, durante ato político na cidade de Araçatuba. O capitão da reserva do Exército Brasileiro garantiu que “nós não podemos criar uma geração de covardes, não podemos continuar nos entregando nas mãos de bandidos sem reagir”, em alusão ao incentivo ao uso de armas por crianças, mesmo que muito novas, como seus filhos, com apenas com 5 anos de idade.

Ao ser alertado sobre a tipificação, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, de crime sobre o ato que acabara de narrar, acerca de sua conduta com os próprios filhos, Bolsonaro esbravejou: “Esse ECA tem que ser rasgado e jogado na latrina”.

“COITADISMO” E “TERRORISMO”

Jair Bolsonaro classificou como “coitadismo” os movimentos sociais que defendem as causas de grupos minoritários. A mais nova polêmica bolsonariana foi registrada durante entrevista à TV Cidade Verde, do Piauí, nesta terça (23). O presidenciável afirmou que “tudo é coitadismo no Brasil” e que vai “acabar com isso daí”.

“Isso não pode continuar existindo. Tudo é coitadismo. Coitado do negro, coitada da mulher, coitado do gay, coitado do nordestino, coitado do piauiense. Vou acabar com isso daí. Quando eu era garoto, não tinha essa história de bullying. O gordinho dava pancada em todo mundo. Agora o gordinho chora. Acontecem as brincadeiras entre crianças. Elas estão ali se moldando, moldando o caráter. Não tem que ter política pra isso”, afirmou.

Ainda segundo o candidato do PSL, as políticas afirmativas defendidas pelos movimentos sociais “reforçam o preconceito”. Como exemplo, citou a política de cotas que garante o ingresso nas universidades públicas a um grupo de pessoas consideradas menos favorecidas, como os negros. Em sua opinião, essa política é “completamente equivocada”.

Para comprovar sua tese, recorreu a questionáveis índices estatísticos, sem citar a fonte da informação. “Setenta por cento dos afrodescendentes que entram pela política de cota (nas universidades) são bem de vida. Tem que ter uma cota social para inverter isso aí”, disse. Para ele, as políticas afirmativas são uma “maneira de dividir a sociedade”, negando ainda que haja desigualdade no Brasil, já que “somos um só povo embaixo de uma só bandeira, um só coração verde e amarelo”.

Encerrou a entrevista reafirmar que tratará as ocupações de terras promovidas pelo MST como “ação terrorista”. “Esse pessoal não pode continuar levando terror ao campo e ficar imune em nome do movimento social”, afirmou.

Assista ao vídeo da TV UOL onde Bolsonaro diz que “o ECA tem que ser jogado na latrina”

Confira as declarações de Bolsonaro sobre “coitadismo” em matéria do site da Folha de S.Paulo.

Plano de Governo de Jair Bolsonaro – Coligação “BRASIL ACIMA DE TUDO, DEUS ACIMA DE TODOS” (disponível no site do TSE). Clique Aqui.

 

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