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Santa “Casa da Mãe Joana”? Jacob detona atual administração: “Abriram ala vip para bandido”

“Um hospital que recebe ajuda da população para enriquecer vagabundo”, disparou vereador

A noite desta segunda-feira (4), na 1ª sessão ordinária de outubro na Câmara Municipal, foi de novas e estarrecedoras declarações do vereador Murilo Jacob (PR) acerca da Santa Casa de Fernandópolis.

Murilo foi além da comprovação de informações divulgadas pelo Revoluir nas últimas semanas, sobre a compra de 40 lotes pertencentes ao hospital pelo empresário José Sequini Júnior, o Júnior da Secol, através da Secol Empreendimentos, e também de uma cirurgia para a retirada de uma bala num homem alvejado, como o próprio vereador enfatizou na tribuna do Legislativo, “atingido durante uma chacina, uma guerra de traficantes em Araçatuba”. Confira as matérias abaixo abaixo…

 

EXCLUSIVO: Júnior da Secol pode responder por peculato; compra de 40 lotes da Santa Casa a preço “77,5% menor ao de mercado”?

EXCLUSIVO: Baleado teve bala retirada na Santa Casa sem notificação à polícia? E tem mais lotes: Secol comprou, ao todo, 60 terrenos

 

DISCURSO FORTE NA TRIBUNA

“Como é que pode realizar um leilão de terrenos da Santa Casa em apenas 3 dias? (Sequini teria se defendido das acusações que sofreu alegando que comprou os 40 lotes dentro da legalidade e que esses terrenos foram arrematados num leilão realizado pela própria Santa Casa). Tenho certeza de que esse leilão foi direcionado, tenho certeza de que se tivesse mais tempo, mais pessoas teriam participado. O Sequini disse recentemente que desconhece o artigo 37 do Estatuto da Santa Casa, que proíbe a compra de terrenos pelo provedor e por membros do conselho, e ele era suplente de um dos conselhos. Fizeram esse leilão alegando que o hospital estava precisando muito de dinheiro, que a Santa Casa estava quebrada, isso em 2011, só que em 2012 a Secol vendeu para a Santa Casa R$ 110 mil em materiais de construção, sem licitação ou qualquer tomada de preço. E pior, o recebimento desse material na Santa Casa não está comprovado, pois vários recibos estão sem carimbo (sem a identificação da entrega desses materiais de construção, quem recebeu, quem entregou, data e horário não estão registrados). E nessa mesma época há um documento que aponta o total de R$ 150 mil  em ‘adiantamentos indevidos’ para pagamentos de funcionários. Desse total de R$ 150 mil, a Santa Casa não sabe para quem foi pago o valor de R$ 59 mil, isso está sem explicação. Só o Pedro Cyrino (ex-gerente administrativo), que chegou a ser um provedor tampão, pegou R$ 75 mil e nunca prestou conta disso, sumiu com esse dinheiro, sumiu. E agora está difícil de ouvir o Pedro Ciryno, ele não é encontrado pela polícia para que possa depor e se explicar. Teve também um adiantamento de R$ 72 mil para médicos, não se sabe para quais médicos e se os serviços foram realizados. Foram gastos R$ 24 mil em uma viagem, valor também sem prestação de contas, devem ter ido à Disney comemorar os roubos que fizeram na Santa Casa. Há um registro identificado como ‘perdas irrecuperáveis’, de R$ 42 mil, eu gostaria de saber do que se trata essas perdas irrecuperáveis. E há ainda R$ 77 mil em cheques prescritos. Como deixa, um hospital que precisa tanto de dinheiro, prescrever R$ 77 mil em cheques?”, revelou, indignado, Murilo Jacob durante seu pronunciamento na tribuna.

 

PARA AS PRÓXIMAS SESSÕES

“E tem mais documentos comprovando outros desmandos, falarei nas próximas sessões. E isso tudo aconteceu na Santa Casa, farta documentação comprava tudo, e muitas pessoas sabiam disso, mas nunca falaram nada, nunca denunciaram, preferem se calar. Eu prefiro um mandato (de vereador) exercido do que um mandato preservado, e essa é a nossa diferença, faltou coragem para muita gente e durante muito tempo. Muitos envolvidos e testemunhas estão tão velhos que não foi possível sequer realizar oitivas com eles, depoimentos importantes para a investigação não puderam ser realizados porque essas pessoas estão muito velhas, é que demorou muito tempo para se tomar uma atitude”, destacou o vereador.

 

SANTA “CASA DA MÃE JOANA”?

“A Santa Casa não sabe quem contrata, não sabe quem passa por cirurgia lá dentro, fecha o Pronto-Socorro para a população e abre ala vip para bandido, é isso o que se tornou a nossa Santa Casa”, disparou Jacob.

Na tribuna, foram relatados fatos – alguns deles investigados -, desde gestões passadas e também da atual provedoria, comandada por Fernando Cordeiro Zanqui, da OSS de Andradina.

Essa declaração possui vários recados do vereador numa só frase: não saber quem contrata é uma alusão ao falso médico preso recentemente após realizar atendimentos na Santa Casa de Fernandópolis; não saber quem passa por cirurgia lá dentro uma referência à retirada de uma bala do quadril de um suposto envolvido com o tráfico de drogas após uma chacina na região de Araçatuba; fechar o Pronto-Socorro para a população: o PS da Santa Casa permaneceu fechado durante um longo período, atualmente, após reforma, tem atendimento limitadíssimo, haja vista o parco número de especialidades oferecidas no hospital e o direcionamento de pacientes para a UPA; e abrir ala vip para bandido pontua novamente o procedimento que é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, sobre a cirurgia para a retirada do projétil em suposto traficante, e também uma crítica a diversos provedores e demais funcionários e conselheiros que durante décadas nada fizeram para denunciar as irregularidades que começam a ser desnudadas através da Operação Assepsia, sob responsabilidade do delegado Ailton Canato, deflagrada pela Delegacia Seccional de Fernandópolis em 16 de julho, com o cumprimento de buscas e apreensões na Santa Casa, Unimed e IaCor.

MUY AMIGOS…

Sobrou para os “amigos” de Sequini.

“Se um cara como esse (José Sequini Jr., o Júnior da Secol) continuar na presidência da Associação de Amigos do Município de Fernandópolis terão que mudar o nome para Associação de ‘Muy Amigos’ de Fernandópolis, não é possível, só se estiverem de conluio com ele (Sequini)”, declarou Jacob.

 

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