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Gilmar Gimenes, que diz ser “abençoado por Deus” por ganhar na loteria, continua preso em Guarani d’Oeste

Gilmar Gimenes confirmou ter recebido mais de 30 depósitos de diretor da OSS de Andradiana, mas alegou ser "pagamento de dois apartamentos que vendeu"

Gilmar da Silva Gimenes é ex-diretor administrativo e financeiro da Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado).

É ex-deputado estadual pelo PSDB e ex-assessor de Julio Semeghini, também do PSDB.

Gilmar Gimenes continua preso na Cadeia de Guarani d’Oeste

Preso segunda-feira (17), no âmbito da Operação “Hígia” (leia mais AQUI), Gimenes, ao contrário de Luís Aiélo, Edilberto Sartin e João Tarlau, que responderão o inquérito em liberdade (deixariam a Cadeia de Guarani d’Oeste neste sábado, dia 22), teve a prisão temporária prorrogada por mais cinco dias.

Os três conselheiros da Santa Casa foram liberados, todos com o dever de não se ausentar da comarca sem ordem do juiz, de não comparecer na Santa Casa, salvo para ser atendido, e de não manter contato entre eles e os demais investigados.

Aiélo, Sartin e Tarlau respondem em liberdade

O ex-deputado tucano deve depor neste fim de semana de Carnaval na Delegacia Seccional de Polícia de Fernandópolis, sábado ou domingo, quando prestará esclarecimentos sobre seu envolvimento em supostos crimes cometidos nas gestões da Santa Casa, AME e Lucy Montoro.

Deverá prestar depoimento durante o fim de semana de Carnaval

Além de Gimenes, outros nove investigados também tiveram prisão temporária prorrogada, e não estão descartadas prisões preventivas para a próxima semana.

 

‘ABENÇOADO POR DEUS’

Confira matéria da Folha de São Paulo, publicada em 2014, na qual Gilmar Gimenes declarou ter sido “abençoado por Deus’ ao ganhar uma premiação milionária – R$ 26,5 milhões – na Timemania, em 2012, quando foi investigado pela Polícia Federal após denúncias de compra de voto na eleição municipal de Fernandópolis naquele ano. Clique AQUI

 

TRÁFICO DE INFLUÊNCIA

De acordo com apuração do Revoluir, Gimenes é apontado como “intermediador” de potenciais contratos entre a OSS de Andradina e empresas, algumas registradas em nome de “laranjas”, que prestam serviço para unidades médicas ligadas à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e até mesmo diretamente ao Ministério da Saúde, em Brasília.

Outra linha de investigação aponta fraudes em licitações.

De acordo com o delegado assistente da Seccional de Polícia de Fernandópolis, Dr. Ailton Canato, que comanda as investigações, o ex-deputado tucano receberia parte de verbas públicas desviadas via OSS Andradina por sua “influência política”.

Uma licitação que está sendo devidamente apurada é a que apontou a OSS de Andradina como vencedora do certame realizado pela Secretaria Estadual da Saúde para o gerenciamento do Centro de Reabilitação Lucy Montoro e AME de Fernandópolis.

Vale lembrar que a OSS de Andradina administra outras unidades do AME além de Fernandópolis.

 

CARGOS PARA FAMILIARES COM SALÁRIOS DE R$ 16 MIL

“Gostaria de saber, e já estou buscando informações sobre isso: por que a sobrinha de Gimenes e a esposa do Zanqui são gerentes do AME de Fernandópolis? E os salários são altos”, declarou o vereador Murilo Jacob, autor das primeiras denúncias que originaram a abertura de todo o processo investigatório que culminou nas Operações Assepsia e Hígia.

Os salários das gerentes do AME seriam da ordem de R$ 16 mil, sem concurso público.

 

FIQUE LIGADO

O que é tráfico de influência? E por que isso é crime?

(Por Janguiê Diniz, Mestre e Doutor em Direito – Reitor da UNAMA – Universidade da Amazonia, e Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional)

O artigo 332 do Código Penal classifica tráfico de influência como “solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função”. Fica fácil entender se ligarmos a palavra ao seu crime mais comum: o tráfico de drogas.

Basicamente, o tráfico de drogas consiste na produção e revenda de um serviço ou produto ilícito para uma outra pessoa, que tem os meios e o dinheiro para consumi-lo. Como resultado, temos uma troca entre a pessoa que está vendendo o produto e a pessoa que pode precisar dele. Já o tráfico de influências acontece quando um sujeito, que tem um certo poder ou autoridade dentro do governo, recebe dinheiro para influir em decisões que favoreçam a quem paga.

A pena prevista para quem comete o crime de tráfico de influência é de prisão, de 2 a 5 anos, além de pagamento de multa. Pode haver, também, o aumento da pena caso o autor do crime alegue que a vantagem era não só para a sua empresa, mas também destinada ao funcionário público – o que é mais conhecido para nós pelo nome de pagamento de propina.

Outro ponto que é preciso esclarecer é que o lobby é diferente do tráfico de influência. Aqueles que fazem lobby procuram influenciar e convencer os dirigentes políticos sobre diversos assuntos, agindo em eventos, reuniões, etc, sem exigências ou trocas de benefícios. Nos Estados Unidos, por exemplo, o lobby, é uma atividade regulada e comum no Congresso Nacional. Apesar de não estar regulamentado, no Brasil o lobby não é proibido e, portanto, não é crime. São mais de 2 mil profissionais do lobby no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig), que representa o setor.

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